Autoconhecimento e Expansão da Consciência Espiritual

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Esta série de artigos não tem como objetivo esgotar as reflexões possíveis sobre este vasto tema, dado que sua amplitude atual, assim como todo o universo de saberes ainda a ser descoberto, é inimaginável. No entanto, assumimos a responsabilidade de, com nossas ainda limitadas capacidades de percepção, alcançar o máximo de entendimento ao nosso alcance para estimular a caminhada conjunta de quantos desejem perceber, compreender, sentir e movimentar-se em direção à expansão da consciência sobre o que significa viver o autoconhecimento como expansão de consciência, sob a perspectiva evolucionária da ciência, filosofia e religiosidade Espírita.

Reflexões Iniciais Sobre Autoconhecimento e a Natureza Humana

A origem divina do espírito é um conceito fundamental na perspectiva evolucionária do Ser que possui consciência da sua imortalidade. Somos essencialmente criações divinas, filhos de Deus em um sentido metafísico profundo. Esta concepção tem implicações significativas para a compreensão da natureza humana e seu potencial, pois, sendo criações divinas, possuímos atributos latentes que aguardam manifestação através do processo evolutivo.

Para Que Vivenciar o Autoconhecimento como Expansão de Consciência?

Recorrer a este questionamento é, possivelmente, o mais importante movimento que podemos fazer, dado que, ao obtermos uma resposta mais consistente — ou mesmo incompleta sobre esta provocação — estaremos iniciando um processo indispensável em toda e qualquer construção material ou subjetiva: a compreensão de que é possível almejar e executar uma transformação.

Neste sentido, o centro de realização desta transformação somos nós mesmos, o olhar atento para o “Eu-indivíduo” com o objetivo de realizar um mergulho profundo, capaz de ampliar a percepção, concepção e pleno conhecimento sobre as potencialidades que estão acessíveis mediante o exercício da força conhecida como vontade.

Porém, esta busca por respostas e encontros com outras pessoas em torno desta temática não é uma característica dos tempos atuais. Com os ensinamentos do médico, psicólogo, filósofo e escritor André Luiz Peixinho, percebemos que, desde os primórdios da nossa experiência social humana, esta inquietação nos acompanha, como um ato do ser humano para saciar a necessidade de melhor compreender-se:

[…] autoconhecimento é uma das características evolutivas fundamentais que já vem da tradição grega, que muitos já ouviram falar, a experiência de Delfos, esculpindo o lema “conhece-te a ti mesmo”; vem da tradição Espírita, o livro dos Espíritos menciona claramente que, para aparecer o homem de bem, é preciso ter o conhecimento de si mesmo; vem da tradição católica do bispo de Ipona, que aparece no livro dos Espíritos, Santo Augustinho, falando do conhece-te a ti mesmo; e vem de uma compreensão muito importante de Pedro de Camargo Vinícius, aquele grande apóstolo da divulgação espírita — principalmente em São Paulo — quando ele mostra que o projeto de autoconhecimento, projeto de autoeducação, é, antes de tudo, um projeto de percepção daquilo que se é.” (A.L. Peixinho, Autoconhecimento e Evolução, 2021)

Compreender que este movimento nos acompanha enquanto grupo humano, desde as primeiras civilizações, é um convite a nos aproximarmos mais daquilo que conhecemos como reforma íntima — muito popular nas esferas de autopercepção e tradicionalmente falada no movimento espírita — mas aqui trazida com a proposta de transformismo evolucionário. Isso significa não apenas mudarmos comportamentos ou compreensões, mas verdadeiramente renovarmos tudo aquilo que acreditamos ser o nosso estágio atual.

A Cosmovisão Espírita no Autoconhecimento e na Expansão da Consciência

É necessário responder à questão natural que surge diante da escolha das lentes que serão utilizadas neste movimento: por que o Espiritismo como ferramenta de compreensão e vivência do autoconhecimento e expansão de consciência?

O paradigma Espírita, desde o seu surgimento, no final do século XIX, já alicerçava o laboratório de estudos psicológicos para a humanidade, antes mesmo do conceito de psicologia científica, da psicanálise e demais vertentes da subjetividade. E conforme esclarece André Luiz Peixinho, o Espiritismo — no processo de expansão dos seus estudos, alicerçados na metodologia científica, bem como nas inferências e observações filosóficas — dispõe de meios para dar conta do nosso projeto de difusão da evolução do ser.

Evolução Espiritual e Expansão de Consciência: Uma Marcha Inexorável

Não há como tratar das dimensões psicológicas sem recorrer aos esclarecimentos que Joanna de Ângelis apresenta, com o apoio de Divaldo Pereira Franco, sobre as múltiplas expressões do ser. No processo de ascese de cada indivíduo, afirma a orientadora, o movimento evolutivo não se configura como simples escolha, mas antes um impulso irresistível que conduz cada ser à Plenitude, ainda que lhe caiba o esforço intransferível no progresso que lhe está definido.

“A marcha do progresso é inexorável. Pode ser perturbada ou dificultada, nunca, porém, ficar retida em conveniências de indivíduos ou de grupos, paralisando o seu processo.

[…] De origem divina, experiencia as mais diferentes manifestações da vida, desenvolvendo os valores sublimes que lhe dormem em germe até atingir a felicidade que lhe está destinada.

Essa felicidade, porém, deverá ser conquistada, passo a passo, mediante o esforço pessoal e o investimento de luta, de modo que desabrochem os seus potenciais que impulsionam à conquista da glória.

Considerações Finais

Como podemos ver, autoconhecimento e evolução espiritual, vistos pela perspectiva do paradigma Espírita, oferecem um caminho rico e profundo para o desenvolvimento pessoal. Esta jornada, embora desafiadora, promete uma compreensão mais ampla de nossa natureza divina e do potencial ilimitado que reside em cada um de nós. À medida que avançamos neste caminho, não apenas nos transformamos individualmente, mas contribuímos para a evolução coletiva da humanidade.

Com o objetivo de que esta trilha seja não apenas observada, mas bem absorvida no que é capaz de nos proporcionar, deixamos estes primeiros pontos para o seu processo de autorreflexão, conscientes de que ainda há muito a percorrer, juntos, nesta ascese.


Referências Bibliográficas

  • FRANCO, Divaldo Pereira. F825 Conflitos existenciais. 6. Ed. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador: LEAL, 2014.

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